O quadragésimo encontro anual da Divisão para as Ciências Planetárias / Sociedade Astronómica Americana (do inglês: DPS/AAS) vai estar no ar, pela primeira vez, em "webstreaming" [para obter os "links" clique aqui].
A conferência decorrerá em Ithaca, NY, EUA, de sábado dia 11 de Outubro a quarta-feira, dia 15. O programa detalhado pode ser obtido clicando aqui.
As comunicações regulares são extremamente técnicas e breves, mas recomendo dar uma olhada pois frequentemente são anunciados resultados / descobertas um ano antes de estarem publicados. Na segunda-feira, dia 12, pelas 14:00 (hora de Nova York), decorrerão as palestras dos galardoados com os prémios Kuiper, Masursky e Sagan. A ver.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Haumea: o planeta-anão e plutóide 2003EL61 foi baptizado.
A União Astronómica Internacional finalmente baptizou o Objecto Trans-Neptuniano (136108) 2003EL6. "Haumea", deusa Hawaiiana dos partos e da fertilidade. Haumea é também, em princípio, um planeta-anão, por ter suficiente massa para possuir uma forma de equilíbrio gravitacional (no seu caso bastante achatada), também poderá ser classificado de plutóide por ter um período de translação superior a 200 anos. Como se pode ver, tudo algo complicado.
Mais complicada ainda é a história da sua descoberta. Pablo Santos-Sanz, José Luis Ortiz e Francisco Aceituno, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (Granada, Espanha) anunciaram a sua descoberta a 27 de Julho de 2005. Na altura tudo indicava ser um pouco maior que Plutão o que o poderia classificar como o décimo planeta. Mas pouco depois o bem mais famoso Mike Brown, do Caltech (Pasadena, EUA), anuncia que ele e sua equipa já tinham identificado esse objecto em 2003, não o tornando público, e acusa a equipa espanhola de lhe ter roubado a descoberta. A história assume os contornos de um romance de espionagem e a comunidade astronómica internacional não consegue encontrar forma de lidar com a questão. Nasce o debate sobre a justiça de manter uma descoberta secreta durante tanto tempo e a justiça de correr para anunciar descobertas antes dos outros. As opiniões parecem dividir-se por igual.
Mais complicada ainda é a história da sua descoberta. Pablo Santos-Sanz, José Luis Ortiz e Francisco Aceituno, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia (Granada, Espanha) anunciaram a sua descoberta a 27 de Julho de 2005. Na altura tudo indicava ser um pouco maior que Plutão o que o poderia classificar como o décimo planeta. Mas pouco depois o bem mais famoso Mike Brown, do Caltech (Pasadena, EUA), anuncia que ele e sua equipa já tinham identificado esse objecto em 2003, não o tornando público, e acusa a equipa espanhola de lhe ter roubado a descoberta. A história assume os contornos de um romance de espionagem e a comunidade astronómica internacional não consegue encontrar forma de lidar com a questão. Nasce o debate sobre a justiça de manter uma descoberta secreta durante tanto tempo e a justiça de correr para anunciar descobertas antes dos outros. As opiniões parecem dividir-se por igual.
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quarta-feira, 11 de junho de 2008
Plutóides, a nova classe de objectos do Sistema Solar
A União Astronómica Internacional (UAI/IAU) anuncia em comunicado de imprensa mais uma categoria de objectos do Sistema Solar: os Plutóides.
Os Plutóides são corpos celestes que orbitam em torno do Sol para além de Neptuno que possuem massa suficiente para que a sua auto-gravidade supere as forças de corpo rígido de forma a que assumam uma forma de equilíbrio hidrostático (quase esférica) e que não tenham limpado a vizinhança da sua órbita. Ou seja, os Plutóides são os Planetas-Anões que se encontrem para além de Neptuno (30 vezes a distância da Terra ao Sol), ou de forma equivalente os Planetas-Anões Trans-Neptunianos ou da Cintura de Kuiper.
A Cintura de Kuiper (ou os Objectos Trans-Neptunianos, se preferirem) foi descoberta apenas em 1992. Presentemente já foram identificados cerca de 1300 objectos nesta cintura, entre os quais Eris que tudo indica ser ligeiramente maior que Plutão. Eris é agora um Plutóide.
Notemos que a questão de um corpo ser suficientemente maciço para entrar em equilíbrio hidrostático não é muito clara, bem como a noção de limpar a vizinhança. Entraremos sempre em questões como: e se juntar mais um quilinho já está em equilíbrio hidrostático? Ou: quanto lixo posso deixar perto da minha órbita e ainda a considerar limpa?
Em Agosto de 2006, quando a UAI definiu o conceito de Planeta para o nosso Sistema Solar, deixou em aberto o nome para os Planetas-Anões da Cintura de Kuiper. Talvez para apaziguar as águas devido à despromoção de Plutão. O nome sugerido na altura foi "Plutons", o que em português daria Plutões e seria algo confuso. A questão da tradução de "Plutons" para as línguas românicas gerar alguma confusão foi levantanda. Uma vez que a expresssão "Pluton" já era utilizada também em Geologia para um certo tipo de rochas o nome ficou em aberto.
Para gerar alguma confusão, existe uma família de Objectos Trans-Neptunianos chamada Plutinos. Os Plutinos são todos os objectos da Cintura de Kuiper com uma órbita semelhante à de Plutão. Semelhante no sentido que enquanto Plutão gira em torno do Sol 2 vezes o planeta Neptuno gira 3. É por esta razão que embora Plutão cruze a órbita de Neptuno nunca choca com ele. Actualmente conhecem-se cerca de 100 objectos com a mesma propriedade, ou seja, 100 Plutinos.
Os Plutóides são corpos celestes que orbitam em torno do Sol para além de Neptuno que possuem massa suficiente para que a sua auto-gravidade supere as forças de corpo rígido de forma a que assumam uma forma de equilíbrio hidrostático (quase esférica) e que não tenham limpado a vizinhança da sua órbita. Ou seja, os Plutóides são os Planetas-Anões que se encontrem para além de Neptuno (30 vezes a distância da Terra ao Sol), ou de forma equivalente os Planetas-Anões Trans-Neptunianos ou da Cintura de Kuiper.
A Cintura de Kuiper (ou os Objectos Trans-Neptunianos, se preferirem) foi descoberta apenas em 1992. Presentemente já foram identificados cerca de 1300 objectos nesta cintura, entre os quais Eris que tudo indica ser ligeiramente maior que Plutão. Eris é agora um Plutóide.
Notemos que a questão de um corpo ser suficientemente maciço para entrar em equilíbrio hidrostático não é muito clara, bem como a noção de limpar a vizinhança. Entraremos sempre em questões como: e se juntar mais um quilinho já está em equilíbrio hidrostático? Ou: quanto lixo posso deixar perto da minha órbita e ainda a considerar limpa?
Em Agosto de 2006, quando a UAI definiu o conceito de Planeta para o nosso Sistema Solar, deixou em aberto o nome para os Planetas-Anões da Cintura de Kuiper. Talvez para apaziguar as águas devido à despromoção de Plutão. O nome sugerido na altura foi "Plutons", o que em português daria Plutões e seria algo confuso. A questão da tradução de "Plutons" para as línguas românicas gerar alguma confusão foi levantanda. Uma vez que a expresssão "Pluton" já era utilizada também em Geologia para um certo tipo de rochas o nome ficou em aberto.
Para gerar alguma confusão, existe uma família de Objectos Trans-Neptunianos chamada Plutinos. Os Plutinos são todos os objectos da Cintura de Kuiper com uma órbita semelhante à de Plutão. Semelhante no sentido que enquanto Plutão gira em torno do Sol 2 vezes o planeta Neptuno gira 3. É por esta razão que embora Plutão cruze a órbita de Neptuno nunca choca com ele. Actualmente conhecem-se cerca de 100 objectos com a mesma propriedade, ou seja, 100 Plutinos.
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